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Humberto Costa alerta para impacto de apostas no acesso ao ensino superior

O senador Humberto Costa (PT-PE) denunciou na tribuna do Senado, nesta quarta-feira (9), os efeitos das apostas online sobre os jovens brasileiros....

09/07/2025 às 19h00
Por: Diogo Germano Fonte: Agência Senado
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 - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
- Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Humberto Costa (PT-PE) denunciou na tribuna do Senado, nesta quarta-feira (9), os efeitos das apostas online sobre os jovens brasileiros. Citando pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), o parlamentar afirmou que 34% dos jovens deixaram de ingressar na faculdade em 2024 devido a gastos com jogos de azar.

— No Nordeste, uma das regiões mais pobres do país, esse número sobe para 44%. No Sudeste, 41%. É uma realidade cruel: as apostas estão destruindo o futuro de milhares de jovens — afirmou o senador.

Segundo os dados apresentados por Humberto, entre as pessoas de 18 a 35 anos já matriculadas em cursos de graduação, 14% atrasaram mensalidades ou precisaram trancar a faculdade por conta do vício em apostas. Entre os estudantes nordestinos, esse índice chega a 17%.

Além disso, a evasão atinge até hábitos cotidianos: 28% dos entrevistados deixaram de sair com amigos ou frequentar restaurantes devido ao dinheiro investido em apostas, e 24% pararam de praticar atividades físicas.

— É assustador. Asbetsjá são o segundo maior destino da internet brasileira, com mais acesso do que o YouTube e o WhatsApp. Isso não é lazer, é uma prática que promove pobreza, endividamento e até suicídio — alertou.

O senador também criticou o avanço de propostas legislativas que buscam legalizar cassinos e outras modalidades de jogo no Brasil. Ele defendeu que as apostas sejam tratadas como atividades nocivas, com taxação elevada, à semelhança do que já é feito com bebidas alcoólicas e cigarros.

— É preciso ampliar a taxação dasbets. O governo já propôs subir de 12% para 18%, mas ainda é pouco. Essas plataformas trazem sofrimento à população, e devem ser reguladas com rigor e responsabilidade — concluiu.