O que começou como uma atividade escolar na Escola Estadual Alzira Valle Rolemberg, em São José do Rio Preto, agora é lei municipal. A cidade deve transformar em política pública o projeto criado pelos alunos da unidade de ensino que prevê ações para proteção das abelhas, incentivo à apicultura e à meliponicultura e o fortalecimento da educação ambiental nas escolas.
A proposta foi criada por estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, orientados pela professora de geografia Sandra Zanatta, a partir de estudos sobre a vegetação da mata ciliar do córrego Piedadinha, vizinho da unidade de ensino, e a importância das abelhas para o ecossistema local. O projeto de lei já havia sido aprovado por unanimidade na Câmara Municipal, foi sancionado pelo prefeito Fábio Rogério Candido e a lei publicada na edição desta terça-feira (29) do diário oficial da cidade
“Com a lei sancionada, temos agora o desafio e a responsabilidade de acompanhar a sua implantação. É o momento de envolver a comunidade, buscar parcerias e levar a educação ambiental para além da sala de aula, com mais ações de preservação e protagonismo juvenil”, afirma a professora Sandra.
A preservação do córrego Piedadinha e de sua margem está na rotina escolar dos alunos da Alzira Valle Rolemberg. Desde 2022, a professora Sandra, seus alunos já plantaram mais de 600 mudas nativas e instalaram colmeias ao longo do curso do córrego com apoio de instituições parceiras. O grupo também já mobilizou o poder público e a comunidade para a retirada de materiais descartados ilegalmente em suas margens, com encontros para a limpeza e aulas ao ar livre.
Em junho do ano passado, os estudantes participaram de uma palestra sobre a importância das abelhas no ecossistema e o risco que a crise climática traz a esses insetos, quando puderam instalar colmeias de abelhas Jataí — uma abelha sem ferrão — nas margens do córrego com apoio do projeto Melibilce, o meliponário do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto. O encontro motivou a criação do texto que se tornaria, nesta semana, a lei aprovada pelo prefeito.
A professora Sandra afirma que a aprovação da lei é mais uma conquista para a escola e que a ação pelo meio ambiente de São José do Rio Preto e a manutenção do córrego seguirá mobilizando estudantes, educadores e a comunidade escolar.
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