Dentre os 66 comércios registrados na Favela do Moinho, 44 já assinaram termo para receber indenização do Governo de São Paulo para deixar o local. A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado (CDHU) realizaram os atendimentos entre terça (22) e sexta-feira (25) da semana passada.
O número de comércios que assinou o acordo corresponde a 66% do total. Entre aqueles que não assinaram, houve faltantes por questões de saúde, além de pessoas que precisam atualizar documentos ou que preferiram estudar em detalhes os valores apresentados antes de fechar o acordo.
Entre os comércios, há bares e lanchonetes (que representam mais da metade), salões de beleza/barbearias, mercearias, mercados, lojas de roupas e bijuterias. Além disso, há também assistências técnicas, ferro velho, estúdio de tatuagem e comércio de bolos. Trata-se de mais uma parceria entre Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo, que já dividem integralmente o pagamento de R$ 1,2 mil de auxílio moradia enquanto as famílias não recebem a chave do imóvel definitivo.
“Essa indenização aos comerciantes é mais uma prova de como podemos chegar ao melhor atendimento possível para o cidadão se somarmos esforços. Numa das comunidades mais carentes da cidade, o Poder Público chega na ponta para oferecer dignidade a quem mais precisa em uma parceria do Governo do Estado, que fez todo o trabalho social no território por meio da CDHU, cadastrando os beneficiários, com o município, que tinha na legislação os mecanismos para socorrer comerciantes por meio de indenização. Quando remamos na mesma direção, fica mais fácil vencer os desafios”, destaca o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco.
O atendimento ocorreu no escritório montado pela CDHU na Al. Barão de Limeira, a 500 metros da favela. O serviço facilitou o acesso dos moradores ao reassentamento habitacional, cursos de capacitação, atualização de cadastros e documentos e plantões de dúvidas.
Weslei de Jesus foi um dos moradores da Comunidade do Moinho atendidos com a indenização. Proprietário de uma assistência técnica para celulares, ele contou que as negociações foram muito satisfatórias e o acordo resultante é ainda melhor do que ele esperava: “Eles precificaram com um valor que eu realmente pensava que o meu comércio valia. E me ajudaram com a parte de documentação, mostraram o valor total, o que precisa de documentos para concluir a transferência. Saí super satisfeito. Foi até um pouquinho além do que eu esperava”.
Para o futuro, Weslei já tem planos. O valor a ser recebido no atendimento será investido nos estudos e o comércio, por agora, será descontinuado. “Para ser sincero, estou fazendo faculdade atualmente e não tenho planos de continuar com o comércio. Esse valor eu vou investir na minha faculdade”, concluiu, animado.
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Quem também será indenizada é Josenilda Machado. Proprietária de um espaço de beleza na comunidade, ela contou que também saiu satisfeita com o valor oferecido. Além disso, ressaltou que a quantia será fundamental para a manutenção do ofício. “Essa negociação foi boa. Fomos atendidos dignamente. Eu tenho um espaço de beleza. Resolvemos e agora está tudo certo! Pretendo dar continuidade com meu salão, que é o que sei e gosto de fazer”, afirmou.
Na última semana, a atuação do Governo de São Paulo na favela completou três meses. Já foram feitas as mudanças voluntárias de 453 famílias , o que representa mais da metade da comunidade. Todas as famílias com renda de até R$ 4,7 mil terão direito a moradia gratuita no valor de até R$ 250 mil com subsídios federais e estaduais, conforme acordo anunciado em maio pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo e pelo Ministério das Cidades.
Atualmente, aguarda-se a definição do Governo Federal de como será a operação para o atendimento às famílias e os imóveis que serão ofertados, além daqueles já viabilizados pelo Estado. Até o momento, 288 unidades habitacionais das quais famílias foram retiradas dentro da favela já foram descaracterizadas, enquanto 103 foram emparedadas e 14 demolidas.
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