Durante pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (23), o senador Izalci Lucas (PL-DF) reiterou sua oposição à PEC 3/2021 , que exige autorização prévia da Câmara ou do Senado para abertura de processo contra parlamentares. Segundo ele, a proposta aprovada na Câmara dos Deputados representa um retrocesso ao criar obstáculos para responsabilização de parlamentares, como o voto secreto e o foro privilegiado para presidentes de partidos. Para Izalci, o texto “não merece prosperar no Senado”.
— Sou totalmente contra. Acho que faltou bom senso na aprovação dessa matéria. Essa blindagem com voto secreto não pode avançar — afirmou.
O senador também comentou os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes em consignados contra aposentados e pensionistas do INSS. Izalci destacou que a investigação já provocou a prisão de envolvidos e revelou desvios milionários por meio de empresas fantasmas, chamadas “noteiras”, que emitiam faturas sem prestação de serviço real.
O senador citou os últimos depoimentos ouvidos pela comissão de dois dos investigados —o técnico em contabilidade Milton Salvador de Almeida Juniore o economista Rubens Oliveira Costa— que teriam movimentado cerca de R$ 600 milhões dentro do esquema.
—Para vocês terem ideia de quem é Milton e quem é Rubens, eles não eram sócios, mas eles eram procuradores e diretores das instituições. O Milton pagava as empresas chamadas noteiras, aquelas que só emitem nota, que não têm prestação de serviço de nada. Então, só para vocês terem uma ideia, com relação ao Milton, ele faturou simplesmente R$ 368 milhões, e o Seu Rubens, R$ 193 milhões, o que totaliza quase R$ 600 milhões — relatou o senador.
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