A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), em parceria com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) , ultrapassou a marca de 100 mil toneladas de lixo flutuante retiradas do Rio Pinheiros desde 2023. O dado é atualizado no Lixômetro, painel instalado no Parque Bruno Covas, que mostra em tempo real os resultados da limpeza do afluente. Na última atualização, de 21 de agosto, o equipamento registrava 100.986 toneladas coletadas. Desde o início das ações, o Governo de São Paulo já destinou R$ 169,4 milhões à limpeza do rio – recursos que poderiam ser aplicados em outras políticas públicas, caso o descarte irregular de resíduos não fosse tão expressivo.
Somente nos oito primeiros meses de 2025, já foram removidas cerca de 27 mil toneladas, um aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2024, quando o volume chegou a 21 mil toneladas. Em todo o ano passado, foram retiradas 38.260 toneladas. Já em 2023, o volume total foi de 35.704 toneladas. O trabalho é realizado pela SP Águas , Agência de Águas do Estado de São Paulo, que percorre os 25 quilômetros do Rio Pinheiros com barcos de coleta. Entre os materiais mais encontrados estão garrafas PET, isopor (como marmitas descartáveis) e brinquedos (bolas e bonecas). Também são frequentes objetos de grande porte, como sofás e colchões, que comprometem a qualidade ambiental do afluente.
“Este dado é muito relevante e acende um alerta de que devemos realizar o descarte correto do lixo. A participação da sociedade é fundamental para o sucesso da despoluição do rio Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros. A remoção dos resíduos flutuantes é apenas uma parte deste trabalho, que é um desafio enorme e beneficia não apenas a fauna e a flora, mas também a qualidade de vida da população do entorno, que hoje pode praticar atividades físicas às margens do rio”, comentou o subsecretário de Recursos Hídricos e Saneamento Básico da Semil, Cristiano Kenji.
Toda essa poluição difusa é resultado da ação humana, seja pelo descarte irregular direto no rio, seja pelas chuvas que arrastam resíduos das ruas até a bacia do Pinheiros. Bairros como Jaguaré, Itaim Bibi, Morumbi, Guarapiranga, Vila Olímpia, Panamby e Capão Redondo são alguns dos bairros próximos ao afluente de onde podem vir os detritos, afetando também os animais que vivem no entorno do rio, como capivaras e diversos tipos de pássaros.
“O Lixômetro é uma ferramenta importante para conscientizar a população sobre a necessidade de descarte correto do lixo. O Rio Pinheiros é um afluente estratégico do Tietê, e sua preservação é responsabilidade de todos nós”, afirmou Camila Viana, diretora-presidente da SP Águas.
O painel está instalado no Parque Bruno Covas, próximo à Casa Conectada, na entrada sentido bairro Interlagos pela Marginal Pinheiros, e exibe de forma visível ao público os dados de coleta de resíduos. O equipamento acompanha a limpeza ao longo dos dois canais que compõem o Rio Pinheiros: o superior, com 15 km de extensão, da Usina de Pedreira até a Usina São Paulo (antiga Usina de Traição); e o inferior, com 10 km, que segue da Usina São Paulo até o encontro com o Rio Tietê, na Estrutura de Retiro, próxima à Rodovia Castello Branco.
IntegraTietê
Para melhorar a qualidade do Rio Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros, o Governo de São Paulo, por meio do Programa IntegraTietê e em parceria com outros agentes, tem implementado uma série de ações, como a expansão do saneamento básico, o monitoramento da qualidade da água, o desassoreamento, o combate ao lixo e a recuperação da fauna e flora.
Apenas no Rio Pinheiros, a SP Águas retirou mais de 1 milhão de m³ de sedimentos desde 2023, por meio do desassoreamento, que visa remover materiais diversos – principalmente areia, além de lixo, galhos, folhas e terra das margens. Essa ação busca aumentar a capacidade do rio para absorver as chuvas, contribuindo para evitar enchentes , melhorar as condições hídricas e, consequentemente, beneficiar a vida silvestre do entorno. O investimento no afluente foi de R$ 121,8 milhões.
Ao todo, desde 2023, o Estado de São Paulo já retirou quase 3,9 milhões de m³ de sedimentos, sendo 3 milhões de m³ apenas dos rios Tietê e Pinheiros e aproximadamente meio milhão de m³ dos piscinões da Região Metropolitana. O volume total equivale à carga de mais de 308 mil caminhões basculantes. Até julho de 2025, foram investidos mais de R$ 692,7 milhões nessas ações, dos quais R$ 125,8 milhões foram destinados à limpeza dos piscinões.
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