A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, esteve nesta terça-feira (23/09) na Barragem de Pirapora do Bom Jesus, na Região Metropolitana de São Paulo. A visita técnica, acompanhada por representantes do Fórum de Integração das Ações de Recuperação do Rio Tietê (FIAR-Tietê), teve como foco acompanhar o avanço das obras de desassoreamento da represa.
Quando foram iniciadas as intervenções, a SP Águas, Agência de Águas de São Paulo, vinculada à Semil, responsável pelos trabalhos, constatou que a barragem estava com cerca de 90% de assoreamento. Este é um dos maiores projetos de desassoreamento realizados pela agência. Para a recuperação, estão sendo investidos R$ 74,5 milhões na remoção de aproximadamente 252,6 mil m³ de vegetação e detritos e 250 mil m³ de terra acumulada. Com o desassoreamento, espera-se melhoria significativa na operação da barragem e aumento da capacidade de armazenamento.
“Estamos dando mais um passo importante para a modernização e recuperação de um sistema hídrico, com foco em segurança e eficiência para o nosso estado. Investir em infraestrutura hídrica é investir diretamente na qualidade de vida da população e na sustentabilidade dos nossos recursos naturais. Com planejamento, tecnologia e responsabilidade, estamos enfrentando desafios antigos e trazendo soluções a longo prazo, pensando na atual e futuras gerações”, comentou a secretária Natália Resende.
Em junho deste ano, a SP Águas iniciou também a remoção de vegetação aquática e detritos flutuantes. Até o momento, mais de 17.266,59 m³ já foram coletados no local. A finalização dos trabalhos está prevista para setembro de 2026.
Além da limpeza em andamento no reservatório, serão instaladas barreiras flutuantes no Rio Tietê. A medida, atualmente em fase de projeto, visa reter resíduos sólidos antes que cheguem à barragem de Pirapora.
O ponto de instalação foi estrategicamente definido em um trecho do rio que recebe contribuições de diversos afluentes e áreas urbanizadas da Região Metropolitana de São Paulo. Nessa região, o descarte irregular de resíduos, como plásticos e outros materiais, é intenso e favorece o acúmulo de lixo flutuante, que, se não interceptado, tende a se deslocar até o reservatório, agravando o assoreamento, dificultando o escoamento das águas e comprometendo a operação da barragem.
Foi aberta, em 22/09, a consulta pública para a Parceria Público-Privada (PPP) com foco em resiliência climática, desassoreamento e revitalização dos rios Tietê e Pinheiros. O projeto, qualificado no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), prevê R$ 9,5 bilhões em investimentos para prestação de serviços por 15 anos, incluindo ampliação da retirada de lixo superficial e projeto paisagístico que amplie a restauração e a convivência da população com o rio.
A PPP prevê a realização de serviços no Tietê, no trecho entre a restituição da Barragem de Ponte Nova e a Barragem de Pirapora, totalizando cerca de 182,9 quilômetros; e no Pinheiros, no trecho compreendido entre a restituição da Barragem de Pedreira e sua foz no rio Tietê, incluindo o Canal Guarapiranga, totalizando cerca de 27,6 quilômetros de extensão. Os serviços abrangem desassoreamento e retirada de macrófitas, operação e manutenção das barragens Móvel e da Penha e de 12 polderes, manutenção de áreas verdes, limpeza e conservação de taludes e bermas de concreto, ampliação da remoção de lixo superficial dos rios Tietê e Pinheiros, além de projeto de paisagismo nas margens.
Neste segundo ano do Programa IntegraTietê, o Governo de São Paulo, já garantiu investimentos de mais de R$ 22 bilhões em ações de despoluição desde 2023, com resultados expressivos em diferentes frentes.
Os investimentos na conexão de domicílios à rede de esgoto, realizados pela Sabesp e essenciais para a recuperação do afluente, subiram de R$ 1,1 bilhão em 2023 para mais de R$ 20 bilhões em execução e contratação entre 2024 e 2026. Em 20 meses, 800 mil domicílios a mais passaram a contar com tratamento de esgoto, beneficiando cerca de 2,5 milhões de pessoas com mais saúde e qualidade de vida.
O trabalho de desassoreamento já retirou 4,14 milhões de m³ de sedimentos dos rios Tietê, Pinheiros e dos piscinões da Região Metropolitana desde 2023. O volume equivale à carga de mais de 328 mil caminhões basculantes enfileirados, a distância de São Paulo até a capital da Argentina.
Nos últimos 32 meses, o investimento total ultrapassa R$ 728,8 milhões, sendo R$ 588,6 milhões destinados aos rios Tietê e Pinheiros e R$ 140,2 milhões para limpeza dos piscinões da Região Metropolitana.
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