Em pronunciamento nesta terça-feira (8), o senador Izalci Lucas (PL-DF) cobrou mais investimentos na educação básica e lamentou que mais da metade dos alunos do segundo ano do ensino fundamental não estejam alfabetizados.
— Talvez seja o maior gargalo, hoje, do Brasil, a questão da alfabetização. As nossas crianças não estão sendo alfabetizadas — afirmou.
Izalci também lamentou o atraso na divulgação dos dados do Sistema Nacional de Avaliação Básica pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o que rendeu uma nota técnica de protesto dos próprios servidores do órgão.
— E por que será que não divulgaram antes? Muito simples. Essa alfabetização medida pelo Inep é a alfabetização no segundo ano do ensino fundamental. Caiu para 49%, ou seja, mais da metade dos alunos do segundo ano do ensino fundamental não são alfabetizados. Depois, vão para o ensino fundamental no segundo nível, chegam no ensino médio, todos com dificuldades — afirmou.
O senador destacou que 70% dos jovens saem do ensino médio sem saber matemática e 60% sem saber português. Izalci acentuou que isso ocorre exatamente por falta de alfabetização na idade correta.
— O ensino privado alfabetiza na pré-escola. Os alunos já saem da pré-escola alfabetizados. Por que no ensino público tem que esperar o segundo ano, o terceiro ano, o quarto ano? Então, o óbvio, para a educação, é investir na alfabetização.
Izalci frisou que a competência da educação infantil é do município, os quais muitos estão quebrados ou com problemas de gestão em decorrência da forma como se elegem os prefeitos hoje.
— Muitos não têm interesse ou noção da importância da alfabetização na idade certa. Para resolver essa questão, o Ministério da Educação tem que investir no programa de alfabetização. E, aí, o governo poderia contribuir com recursos especificamente para isso — afirmou.
O senador também cobrou investimentos na formação adequada de professores. Não adianta dizer que vai melhorar agora, dar bolsa de estudos, dar o Fies ou até mesmo o Prouni, se não se tem nenhuma perspectiva de melhorar as condições de trabalho e a valorização dos professores, afirmou.
— Hoje, um dos piores salários que existe na rede pública, nos governos estaduais, municipais e União é o do professor. Como é que você quer um professor qualificado se realmente não há nenhuma valorização da profissão? O óbvio é você realmente valorizar, colocar tecnologia nas escolas. Não tem laboratório de ciências, não tem esporte, não tem internet, não tem cultura, não tem nada nessas escolas. E aí querem fazer o Pé-de-Meia como se fosse resolver o problema. É mais um penduricalho na educação que não resolve a questão — concluiu.
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